Muitos militantes políticos reproduzem o que sempre aconteceu na História desde a antiguidade, transferem sua capacidade de agir e pensar para seus heróis, não os dos gibis como Superman ou Batman, mas "semideuses políticos", de carne e osso, com inteligência privilegiada, muito acima da média de seus leais seguidores. Quem critica é vilão, inimigo dos fracos e dos oprimidos, espécie de Lex Luthor ou Coringa.
Superar divergências só é possível unindo os "opostos complementares", só esse "conjunctio oppositorum" poderia direcionar ao razoável, o "caminho do meio", o problema do "semideus" não são alguns de seus bem sucedidos programas sociais, que nos bolsões de pobreza são fundamentais, e deveria ser motivo de orgulho para todo brasileiro. O câncer foi colocar essas conquistas sociais a serviço da permanência indefinida no poder, essa falta de alternância que gerou a destrutiva autoconfiança responsável pela corrupção, má administração desses programas sociais, desrespeito à lei de responsabilidade fiscal, inflação, e o pecado mortal em qualquer democracia... ataques sistemáticos à imprensa livre, como se fosse ela a culpada por todos os desmandos que denunciam.
Os heróis da mitologia grega pelo menos ficavam numa posição intermediária entre homens e deuses, já o de hoje, predomina apenas o seu lado humano, sujeito a todas as tentações que essa condição e a posição de líder oferece, como o que temos visto ultimamente... sítio em Atibaia, apartamento triplex no Guarujá, palestras milionárias (200 mil por palestra), patrocinadas por empresas investigadas na Lava Jato (os tops desse ramo, Cortela, Shinyashik e Leila Navarro, cobram 20 mil). Sem falar do familiar que recebeu 2,5 milhões por uma consultoria, valor do prêmio de loteria, e o pior, copiada na base do CtrlC e CtrlV da Wikipedia, com honorários também pagos por empresa investigada.
Para mascarar esse lado demasiadamente humano, o semideus em questão, usou uma retórica messiânica como padrão de moralidade, comparou-se aos representantes de Deus na terra, proclamando aos sete ventos que "não existe vivalma mais honesta que a sua, nem na Igreja Católica, nem nas igrejas evangélicas", pior é que os correligionários acreditam piamente, e até ficam ofendidos, culpando a imprensa e as elites por todas essas infindáveis e "infundadas" denúncias.
Seguidores não faltam, sem nenhuma crítica e com muita fé, negam o óbvio e defendem o indefensável, a impressão que dão é que não tem amor próprio, mostram-se mais orgulhosos de suas lideranças políticas do que de si mesmas, de forma simplista acreditam ter na algibeira as soluções para todos os problemas sociais brasileiros, mas o que precisam mesmo é fazer apenas uma analogia bem simples, comparar o país que vivem com suas casas, um pequeno choque de realidade para tirar o véu dos equívocos, de que: "não existe despesa sem receita" ou "almoço grátis", alguém sempre pagará a conta", e que governo grátis não passa de um mito... "não existe vantagem para todos sem custo para ninguém".
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